segunda-feira, 30 de abril de 2007

TEXTO DE APRESENTAÇÃO DA EDIÇÃO DE 2007

O CASTELO EM IMAGENS

QUINTA EDIÇÃO - QUINTO IMPÉRIO

O “Quinto Império” imaginado por alguns fica a dever muito ao sonho de realizar obra duradoira, que permaneça no tempo e se alargue no espaço. O “Quinto Império” sonha-se como obra de poetas que recusam o imobilismo e arquitectam o futuro, não renegando o passado, antes argamassando sobre ele os sólidos alicerces do provir. Pensar no presente o passado a olhar o futuro. Quinta edição, com o “Quinto Império” por destino. O “Quinto Império” não de um sebastianismo serôdio, mas a projecção possível dos sonhos de felicidade dos homens. O “Quinto Império” da realização do Homem na Terra.
“O Castelo em Imagens” nasceu da ideia de homenagear e sublinhar a importância histórica, social, cultural, artística e cinematográfica do “castelo”. Emanou de um conjunto de vontades com interesses comuns à volta das muralhas de um castelo, de todos os castelos. Do castelo de Portel e da vila de Portel, mas também de todos os castelos portugueses, e, para lá disso, do castelo como símbolo e expressão. Um castelo idealizado como vida em comum, harmoniosa e fraterna, não o castelo da violência, da ocupação, da usurpação e da prepotência. O castelo da defesa dos ideais. O castelo dos Cavaleiros da Távora Redonda, por exemplo. Camelot.
A segunda edição de “O Castelo em Imagens” alargou os seus horizontes, criando um 1º Concurso Nacional Escolar, dedicado a todo os jovens em idade escolar, do ensino básico ao superior, que quisessem expressar a sua arte e sensibilidade, os seus conhecimentos e a sua fantasia, em pintura, desenho, fotografia, vídeo ou DVD. Com o castelo como tema inspirador, o concurso nasce, e em boa hora o fez, porque desde logo a primeira edição se mostrou uma vitória motivadora. Mais de quatrocentos concorrentes, muitos e bons trabalhos incitaram-nos a prosseguir. E progredir.
O Concurso Nacional Escolar dedicado ao tema “O Castelo em Imagens” quase duplicou de número de inscrições. Este ano, na sua quarta edição, temos cerca de seiscentas obras a concurso. Algo que seria logicamente impensável há quatro ou cinco anos, quando nos iniciámos nesta aventura de levar os castelos às escolas e de trazer as escolas (do básico ao universitário) aos castelos. Quaisquer que sejam outros balanços deste festival (e esperemos que sejam francamente positivos), esta afluência de obras de escolas e alunos de todas as regiões de Portugal (e de quase todo o mundo onde há comunidades portuguesas, de Timor ao Brasil, da Europa à Améruca!) é já uma realidade insofismável que coloca Portel no centro nevrálgico de uma nova aproximação do nosso património histórico, cultural e artístico que o Castelo representa. E demonstra uma vez mais que só é preciso um pouco de imaginação para mobilizar jovens e docentes para novos e aliciantes projectos pedagógicos.
Quanto ao festival, e tal como nos anos anteriores, várias secções se anunciam: “Animação” (para os mais novos), desta feita homenageando Hanna e Barbera e a sua prodigiosa criação “Tom e Jery”. Depois temos “Reis, Rainhas, Imperadores e Imperatrizes, Palácios e Castelos”, I e II. Na primeira parte, seleccionou-se um conjunto de obras que interessam particularmente a jovens e alunos de escolas e que serão apresentados no horário das 14, 30 horas. No II, escolheram-se obras recentes, estreias actuais, com uma única ressalva para um clássico de Visconti. Por outro lado, nas sessões da meia noite temos “Mansões e Castelos Malditos”, uma secção que reúne um excitante grupo de filmes que rondam o fantástico, o terror, a inquietação paranormal, muitos deles assinados por génios do cinema, como Orson Welles e Alfred Hitchcock, Robert Wise, Roman Polanski ou Alexandre Amenabar. Como sempre, obras para todos os gostos e idades, conforme se pode confirmar pela programação em anexo.
No que diz respeito ao “III Concurso Nacional Escolar”, serão atribuídos um Grande Prémio e três Primeiros Prémios, um por cada categoria etária, num total de nove Prémios, assim distribuídos: A. Desenho ou Pintura (a) Básico; b) Secundário; c) Universitário); B. Fotografia (a) Básico; b) Secundário; c) Universitário); e C. Vídeo ou DVD (a) Básico; b) Secundário; c) Universitário).
Os Prémios serão atribuídos aos concorrentes, em nome individual. A cada um corresponderá ainda, para lá do prémio pecuniário, uma estatueta e um diploma. Às escolas cujos alunos tenham sido premiados serão igualmente concedidos diplomas.
As muitas obras concorrentes serão apreciadas por um Júri independente, que incorporará elementos de reconhecida idoneidade ligados ao campo da Cultura, do Cinema e do Audiovisual ou da História, escolhidos pela organização do Festival, e ainda outros convidados de Portel. Estão previstas as presenças no Júri de Fernando Dacosta, escritor, Lia Gama, actriz, Maria Sobral Mendonça, pintora, José Nascimento, delegado regional de cultura do Alentejo, Ana Sofia Carneiro, professora, e Patrícia Gomes da Silva, representante da Câmara Municipal de Portel. A abrir o Festival, um grandioso Espectáculo com dois dos mais queridos nomes do espectáculo em Portugal, Simone de Oliveira e Victor de Sousa, que nos darão “Conversas de Camarim.” Música e poesia, humor e nostalgia. A não perder.
Como já dissemos várias vezes, recuperar o Castelo como passado e projectá-lo como futuro, repensar a ideia de Castelo como aventura e mito, eis o projecto. Nele cabem todas as utopias. Mais uma vez contámos com o apoio da Câmara Municipal de Portel, na pessoa do seu entusiástico Presidente, Dr. Norberto Patinho, e demais colaboradores, entre os quais é justo destacar o empenho da sempre inexcedível Dr.ª Patrícia Gomes da Silva. Contamos ainda com outros apoios que merecem ser sublinhados, como o da Delegação Regional de Cultura do Alentejo.
Continuaremos a pugnar por um projecto que é já uma realidade que muito poderá contribuir para uma vida cultural mais intensa na região de Portel e em todo o Alentejo, mesmo ao nível de Portugal, e também constituir-se um forum de debate e análise da situação dos castelos, tanto no nosso País como no mundo. Acompanhando a notável abrangência nacional já conseguida pelo Concurso Escolar, projectando para a Juventude Portuguesa um desafio à sua criatividade, ao seu empenho e engenho. Com estes Festival e Concurso, o nome de Portel projecta-se num universo vasto, não só no interior das escolas de Portugal, como no mundo.
Lauro António
(director de “O “Castelo” no Cinema”)

1 comentário:

Patriota disse...

De facto o "Quinto Império" deveria ser o império espiritual da sabedoria, parece que muito teremos de percorrer para o alcançar. O cinema tem um papel fundamental na divulgação da cultura, espero que este projecto crie uma nova imagem da cultura portuguesa, começando pelos castelos, tantas histórias que a história guarda por entre cada parede desse edifícios condenados.
E por falar em "Quinto Império" recordo-me sempre de Pessoa, e um poema da Mensagem:

"Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!

(...)

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!"

Esta iniciativa apenas demonstra que o sonho é a fonte da vida! E digam lá se não é verdade!

Parabéns pelo blog!

http://triunfodarte.blogspot.com/