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CASTELO EM IMAGENS – 2012
Texto de Apresentação
Faz
dez anos este pequeno festival de cinema, “O Castelo em Imagens”, que nasceu da
ideia de homenagear e sublinhar a importância histórica, social, cultural,
artística e cinematográfica do “castelo”. Algo que este ano, nos apraz
registar, foi seguido por Guimarães, Capital Europeia da Cultura, que desde o
dia 7 de Abril, numa iniciativa a que deu o nome “O Castelo em 3 Actos”, um projecto
de Paulo Cunha e Silva em volta do símbolo mais mediático de Guimarães,
salientou igualmente a simbologia do seu castelo através de diversas
manifestações artísticas a que não faltou o cinema. Interessante verificar esta
convergência de intenções.
No
ano passado, referimos que este “O Castelo em Imagens” “emanou de um conjunto
de vontades com interesses comuns à volta das muralhas de um castelo (o de
Portel), de todos os castelos (inicialmente os portugueses, como é óbvio, mas
também todos os castelos do mundo, do mundo “visível”, dito “real”, mas também
do mundo da fantasia, que só existe no interior de cada um de nós). Falamos de
utopias, de castelos idealizados como vida em comum, harmoniosa e fraterna, não
dos castelos da violência, da ocupação, da usurpação e da prepotência. O
castelo da defesa dos ideais. De Camelot, o castelo dos Cavaleiros da Távora
Redonda, por exemplo”. Este ano vamos mais longe e, explorando o tema do
western, entramos por terrenos bravios do Velho Oeste norte-americano, para,
com base nas incipientes fortificações que por ali se ergueram em tempos de
conquista da fronteira e de desbravamento de terras selvagens, muitas vezes
ocupadas por índios que se viram espoliados pelos invasores, funcionaram
igualmente como símbolo de um tempo e de um espaço.
Não
se trata quase nunca do castelo tradicional, enquanto constituição militar, que
foram raros, mas neste caso o castelo tanto podia ser uma missão religiosa
transformada em forte, como foi o caso de “The Alamo”, como de uma caravana de
colonos, fechada em círculo, resguardando-se de ataques adversos, como de uma
aldeia mexicana, vítima da prepotência de bandos de pistoleiros saqueadores, ou
de uma aldeia índia, a braços com agressores. Por vezes, uma única casa,
perdida na planície, é o castelo de resistência de uma família de agricultores.
Ou a diligência que atravessa os grandes espaços, exposta à fúria dos elementos
e dos assaltantes. O castelo é, pois, o local de refúgio e resistência.
Para
lá desse pequeno ciclo que relembra a importância do western que André Bazin
considerou “o cinema americano por excelência”, haverá ainda sessões com
animação para o público mais jovem, uma sessão com “Frei Luís de Sousa”,
integrada no Dia do Autor Português”, e um pequeno workshop sobre “O que é o
Cinema”, onde se tentará uma iniciação à linguagem cinematográfica e
audiovisual.
Desde
a segunda edição de “O Castelo em Imagens” que se alargaram os horizontes do
festival e se criou o Concurso Nacional Escolar, dedicado aos jovens em idade
escolar, do ensino básico ao superior, que quisessem expressar as suas artes e
sensibilidades, os seus conhecimentos e a sua fantasia, em pintura, desenho,
fotografia ou vídeo. Com o castelo como tema inspirador, o concurso nasceu, e
em boa hora o fez, porque desde a primeira edição se mostrou uma certeza
motivadora. Quaisquer que sejam os outros balanços que se possam fazer deste
festival (e esperemos que sejam francamente positivos), esta afluência de obras
de escolas e alunos de todas as regiões de Portugal (e igualmente de muitas
outras partes do mundo onde há comunidades portuguesas, de Timor ao Brasil, da
Europa à América!) é já uma realidade insofismável que coloca Portel no centro
nevrálgico de uma nova aproximação do nosso património histórico, cultural e
artístico que o “castelo” representa. E demonstra uma vez mais que só é preciso
um pouco de imaginação para mobilizar jovens e docentes para novos e aliciantes
projectos pedagógicos.
As
obras concorrentes serão, como sempre, apreciadas por um Júri independente, que
incorporará elementos de reconhecida idoneidade ligados ao campo da Cultura, do
Cinema e do Audiovisual ou da História, escolhidos pela organização do
Festival, e ainda outros convidados de Portel. Este ano estão previstas no Júri
as presenças de Alice Vieira e Fernando Dacosta, escritores, Frederico Corado,
realizador e encenador, Aurora da Conceição Carapinha, Delegada Regional de
Cultura do Alentejo, Jorge Luís Marques Garcia, professor da Escola de Portel,
e Patrícia Gomes da Silva, representante da Câmara Municipal de Portel. Teremos
ainda outras actividades paralelas, como concertos a abrir e a fechar o
certame, reunindo Anabela e Carlos Guilherme e o flamengo de Serva la Bari.
Lauro António
Director
de “O Castelo em Imagens”
Programação:
Domingo, 20 de Maio de 2012
21,30 Espectáculo de Abertura: Concerto com Anabela, Carlos Guilherme
21,30 Espectáculo de Abertura: Concerto com Anabela, Carlos Guilherme
e Banda do Lavre
Segunda-feira, 21 de Maio de 2012
10,00 ANIMAÇÃO: CLÁSSICOS DE ENCANTAR (Walt Disney), A Lebre e a Tartaruga, A
Deusa da Primavera, Crianças no Bosque, etc. M/ 4 anos.
14,00 WESTERN: OS SETE MAGNIFICOS (The Magnificent Seven), de John Sturges
(EUA, 1960), com Yul Brynner, Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, etc.
125 m; M/ 12 anos.
21,30 WESTERN: A QUADRILHA SELVAGEM (The Wild Bunch), de Sam Peckinpah (EUA,
1969); com William Holden, Robert Ryan, Ernest Borgnine, etc. 140 m; M/ 12 anos.
Terça-feira, 22 de Maio de 2012
10,00 ANIMAÇÃO: CLÁSSICOS DE ENCANTAR (Walt Disney), O Príncipe e o Pobre, O
Flautista de Hamelin, O Rei Cole, Cavaleiro por um Dia, etc. M/ 4 anos.
14,00 WESTERN: FORTE APACHE (Fort Apache), de John Ford (EUA, 1948), com John
Wayne, Henry Fonda, Shirley Temple, etc. 127 m; M/ 12 anos.
21,30 WESTERN: JUSTICEIRO SOLITARIO (Pale Rider), de Clint Eastwood (EUA, 1985),
com Clint Eastwood, Michael Moriarty, etc. 111 m; M/ 12 anos.
Quarta-feira, 23 de Maio de 2012
10,00 ANIMAÇÃO: CLÁSSICOS DE ENCANTAR (Walt Disney), O Dragão Relutante, O
Touro Fernando, Golias, Johnny Semente de Maçã, etc. M/ 4 anos.
14,00 DIA DO AUTOR PORTUGUÊS: FREI LUIS DE SOUSA, de António Lopes Ribeiro
(Portugal, 1950); com Maria Sampaio, Maria Dulce, Raul de Carvalho, João
Villaret, Barreto Poeira, Tomás de Macedo, etc. 118 m; M/12 anos.
21,30 WESTERN: O HOMEM QUE MATOU LIBERTY VALANCE (The Man who Shot
Liberty Valance), de John Ford (EUA, 1962), com James Stewart, John Wayne, Vera
Miles, Lee Marvin, etc. 118 m; M/ 6 anos.
Quinta-feira, 24 de Maio de 2012
10,00 ANIMAÇÃO: CLÁSSICOS DE ENCANTAR (Walt Disney), Os Três Porquinhos, O Lobo Mau, Lambert, o Leão Ovelhudo, Os Três Mosrateiros, etc. M/ 4 anos.
14,00 WESTERN: SILVERADO, de Laurence Kasdan (EUA, 1985), com Kevin Kline, Kevin Kostner, Scott Glwenn, Danny Glover, etc. 127 m; M/ 12 anos.
17,00 OBRAS A CONCURSO
21,30 WESTERN: ALAMO, de John Wayne (EUA, 1960), com John Wayne, Richard
Widmark, Laurence Harvey, etc. 154 m; M/ 12 anos.
Sexta-feira, 25 de Maio de 2012
10,00 ANIMAÇÃO: CLÁSSICOS DE ENCANTAR (Walt Disney), A Lebre e a tartaruga, A
Deusa da Primavera, Crianças no Bosque, etc. M/ 4 anos.
14,00 WORKSHOP: “O que é o cinema?” – Lauro António e Frederico Corado
17,00 OBRAS A CONCURSO
21,30 WESTERN: OS PROFISSIONAIS (The Professionals), de Richard Brooks (EA, 1966),
com Burt Lancaster, Lee Marvin, Robert Ryan, Cláudia Cardinale, etc.
112 m; M/ 12 anos.
Sábado, 26 de Maio de 2012
14,00 WORKSHOP: “O que é o cinema?” – Lauro António e Frederico Corado
17,00 ENCERRAMENTO E ENTREGA DE PRÉMIOS
18,00 ESPECTÁCULO COM SERVA LA BARI E OS SEUS “AIRES FLAMENCOS”
14,00 WORKSHOP: “O que é o cinema?” – Lauro António e Frederico Corado
17,00 ENCERRAMENTO E ENTREGA DE PRÉMIOS
18,00 ESPECTÁCULO COM SERVA LA BARI E OS SEUS “AIRES FLAMENCOS”